“Chegou a hora da história, agora vamos escutar: Eu escuto com os ouvidos, mas entendo com o coração, na hora da história dou asas à imaginação” (verso para quando uma história vai começar aqui na Aldeia).
Sugerimos que um conto seja escolhido, memorizado e contado para a criança por um período de um mês, ou pelo tempo que a criança se mostrar interessada. Um momento do dia pode ser escolhido, como antes de dormir, ou após o almoço, por exemplo.
A história memorizada não precisa ser idêntica ao texto escrito, mas deve ter todos os elementos da história original, e quanto mais fiel ao texto, melhor. Pois as crianças pequenas se atentam aos detalhes e demonstram desagrado quando trocamos as palavras da história. É importante que principalmente as partes com repetição e rima sejam conservadas e repetidas sempre da mesma forma.
Porém, lembre-se que antes feito do que perfeito! E com a prática você vai encontrar a melhor maneira de memorizar.
Quando a história é contada, a criança não se prende à imagem das letras ou desenhos do livro e fica mais livre para entrar em seu universo imaginativo. Além disso, a troca entre o adulto e a criança é mais intensa quando o foco do adulto é a criança, em vez de ser o livro.
É importante que o adulto esteja disposto a contar a história imaginando a história, ou seja, precisa esquecer da lista de tarefas para o dia seguinte, e estar de corpo e alma durante alguns minutos.
Não precisa fazer entonações muito variadas, mas precisa estar presente. Sobre as entonações, é bom contar a história de uma forma mais neutra sem exageros nas interpretações, assim quem colore de emoções o que ouve é a própria criança.
E eu sei, muitas vezes sustentar isso não é fácil, pois repetir a mesma história durante um mês ou mais, pode ser bem entediante para um adulto. Mas juro que para a criança não é. Ela escuta algo novo a cada vez e, conforme ela vai se apropriando das novas palavras, dos novos sentidos, aquilo vai se tornando dela. Então, quando menos se espera, ela nos surpreende recontando a história carregada de suspense, tristeza, alegria ou entusiasmo, em sua própria entonação.
Ela começa a devolver ao mundo algo que recebeu. Ela cria algo com o que ouviu. E se escutarmos o que ela conta com atenção, teremos a oportunidade de conhecer mais desse serzinho misterioso que tanto amamos.
Por último, gostaria de dizer que ler livros para as crianças também é uma ótima experiência, ainda mais em tempos de uso excessivo de telas na infância.Claro que eles devem ser escolhidos levando-se em consideração a faixa etária.
Nesse sentido, muitas vezes, menos é mais. Histórias simples podem ser melhor absorvidas e aproveitadas do que histórias que vão muito além do universo simbólico que a criança está vivenciando no momento, o que inclusive pode se tornar um excesso de informação que estanca sua imaginação e a desvitaliza.
Mas o que realmente não pode faltar nas histórias para a primeira infância são os finais felizes. Elas ainda precisam desse invólucro protetor transmitindo que viver vale a pena, e que os maiores desafios são vencidos no final.
Fiquem atentos às nossas dicas de livros adequados para a primeira infância!
E 1,2,3, Gato xadrez, quem quiser ouvir de novo, conto outra vez… (verso de finalização das histórias aqui na Aldeia)
Referência: Susan Perrow, Histórias Curativas para Comportamentos Desafiadores. Ed. Antroposófica
Teremos o maior prazer em conversar mais sobre como você pode trazer esse momento mágico para seu lar! Agende uma visita em nossa Aldeia pelo whatsapp (12) 98139-2323